Temos assistido nos últimos anos, seja em publicações, seja pela Internet, em grupos maçônicos de intercambio, e até mesmo durante Reuniões Brancas e em Memorandos e Circulares Internas emitidos por Grãos Mestres, ataques gratuitos e ofensivos, utilizando com frequencia uma linguagem agressiva, com termos pejorativos, verdadeiramente indignos de pessoas civilizadas, dirigidos à GLADA, à Maçonaria Mista e Feminina em geral.
Tais fatos são extremamente lamentáveis e repercutem negativamente não apenas contra seus autores, mas contra toda a Maçonaria como Instituição, pois que ela prega a igualdade, o combate aos preconceitos, a tolerância, o pluralismo e a obediência às leis justas do País.
Vemos também que os maçons de mente aberta, que desejam visitar Lojas Mistas ou colaborar fraternalmente em suas cerimônias ritualisticas, sofrem ameaças de punições e mesmo de eliminação por parte de seus Grãos-Mestres. Trata-se de uma atitude tirânica, caracterizando um verdadeiro terrorismo ideológico, em flagrante contradição com o sentido da própria fraternidade maçônica e em desobediência aos preceitos da Constituição Brasileira, que proibe expressamente a discriminação da mulher sob qualquer aspecto e que estabelece como direito inalienável do cidadão a liberdade de ir e vir.
Isto para não mencionar o desacato às mais simples normas de civilidade e respeito devido a outros seres humanos; tal violação demonstra a incapacidade dessas pessoas de viver numa sociedade civilizada.
A GLADA é uma entidade regular, que obedece as Leis e preceitos maçônicos tradicionais – atualizados para o mundo de hoje – e que se submete conscientemente às leis brasileiras – aliás, de acordo com o juramento de nossa Iniciação -- possuindo uma Constituição, Regulamentos, Códigos de Leis devidamente registrados em Cartório, com CNPJ, conta bancaria em seu nome, eleições periodicas democráticas, e que também acompanha o progresso social, político e humanistico da sociedade global da Terra, adotando os princípios gerais propostos pela ONU, UNESCO e Declaração Universal dos Direitos do Homem, assim como os da Mulher, da Criança, do Adolescente e do Idoso. Enfim, a GLADA cumpre a Lei !
Desta forma, é chocante vermos como entidades que se proclamam regulares e representativas da Maçonaria Universal agem de forma arrogante, presunçosa e nada civilizada, cheias de uma espécie muito antipática de apoteose mental, chegando a julgar-se acima da Lei somente pelo fato de obedecerem a um obsoleto Landmark datado da Era Medieval e absolutamente em desacordo com o progresso conquistado pela sociedade humana, e que, ademais, vincula e submete as Potências Maçônicas brasileiras a uma Potência estrangeira. Vemos tal submissão como uma autêntica postura de colonialismo e de atraso cultural.
O Maçom – e queremos referir-nos aqui ao verdadeiro Iniciado -- quanto mais sábio, mais poderoso ou mais rico, comporta-se com mais simplicidade e humildade.
As Obediências verdadeiramente maçônicas no mundo, sejam elas masculinas, femininas ou Mistas, são fraternas entre si, e lutam juntas, sem qualquer discriminação, sem preconceitos, numa atitude de plena cooperação mútua, pela solução dos problemas sociais e econômicos do nosso Planeta. Reuniões conjuntas entre diferentes Potências – masculinas, femininas e mistas – se realizam periodicamente na Europa e Estados Unidos, a fim de resolver problemas de suas comunidades, defender princípios essenciais e propor idéias que mitiguem as aflições de seus países e dos povos da Terra em geral. Nunca vimos nos países do Primeiro Mundo as expressões injuriosas dirigidas às mulheres maçons que estamos presenciando no Brasil. Mesmo no restante da América Latina temos visto mais respeito e colaboração de parte dos maçons pertencentes a Orientes masculinos.
Diante destes fatos, existe a possibilidade de que algum dia um cidadão (ou cidadã) cioso de seus direitos e indignado com tais violações à Lei Maior da Repúbilica, venham a acionar o Ministério Público. A GLADA tem feito um grande esforço para conter essa iniciativa, na esperança de que com o tempo as Potências masculinas brasileiras se ajustem aos preceitos constitucionais, e ao mundo atual. Como as agressões são frequentes, chegará um momento no qual não poderemos mais impedir que irmãos e irmãs acabem por entrar na justiça contra essa violação de direitos civis. Paradoxalmente, são os que estão fora da lei que agridem os que a cumprem...
Recentemente, maçons brasileiros em visita a uma Loja do Grande Oriente da Itália (reconhecido pela Grande Loja Unida da Inglaterra), tiveram a surpresa de ver entre as fileiras mulheres participando da Reunião, revestidas de todas as suas insignias maçônicas. Isto é resultado de um processo movido pelas mulheres italianas contra aquele Oriente, a fim de obter o direito à Iniciação, uma vez que a igualdade entre os sexos é um direito assegurado pela Constituição daquele País. O Supremo Tribunal da Itália deu ganho de causa às mulheres, e desde então a Maçonaria masculina local as recebe e admite.
Assistiremos a um fato semelhante no Brasil? Serão as mulheres brasileiras forçadas a processar a maçonaria masculina para fazer valer um direito garantido pela Constituição? Não seria um vexame?...
Hoje em dia os maçons progressistas são 85% e, sejam eles membros de Potências e Lojas masculinas, femininas ou mistas, são respeitadores de nossa Pátria e estão propugnando pelas diretrizes que vigoram na Comunidade Européia, onde 90% da Maçonaria é liberal e adogmática, e se respeitam, se reconhecem e mesmo se visitam mutuamente.
Num ato de grandeza e respeito pelas Leis Internacionais e do País, e pelas outras Obediências, o Ilustre Irmão Desembargador Dr. Pedro Gagliardi – nessa ocasião Grão Mestre da GLESP - Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo, em entrevista concedida à Revista “A Verdade” nº 462 – setembro/outubro de 2007, seu orgão Oficial de divulgação, no Artigo “Temas Atuais da Maçonaria”, página nº 29, reconhece de fato a GLADA – Grande Loja Arquitetos de Aquário, como Potência maçônica mista. Como vemos, existe uma enorme diferença entre Grãos Mestres competentes e preparados e alguns incultos e prepotentes, dados às perseguições e que se consideram acima das Leis Civis de nosso País.
Os elementos retrógrados não podem mais se apoiar nas antigas restrições da Grande Loja Unida da Inglaterra, que, hoje pressionada pela maçonaria liberal européia, está mudando seu discurso e confessa manter relações e reuniões conjuntas com a maçonaria feminina; ela chegou a sediar em sua sede a celebração do centenário do advento da maçonaria feminina em seu país!
Na França e noutros lugares da Europa, prédios maçônicos são utilizados indiferentemente por Lojas mistas, femininas ou masculinas, sem qualquer discriminação. Há mesmo um preceito entre os maçons locais:
“Nenhuma Loja fica sem teto”.
Para contrastar, vemos no Brasil Potências maçônicas proibirem o aluguel comercial de seus espaços para Lojas femininas e mistas! No Piauí, a Loja edificada e decorada por um nosso Irmão foi simplesmente vandalizada a picaretas e marteladas por membros vândalos das Lojas masculinas locais !
Mas mesmo que a Grande Loja Unida da Inglaterra mantivesse as restrições e ameaças às Potências que aceitassem a admissão e presença das mulheres em seus Templos, isso nada vale no Brasil, um país soberano e independente, cuja Lei Maior é a Constituição. Na verdade, consideramos uma atitude anti-patriótica, para não dizermos autêntico delito, seguir obedecendo um ditame estrangeiro discriminatório que viola nossa Constituição.
Enfim, sabemos que os Maçons omissos, incultos, discriminadores e retrógrados são hoje ínfima minoria, mas, com suas absurdas posturas, envergonham a maçonaria brasileira perante a sociedade, e, se comparada com a maçonaria praticada no primeiro mundo, comporta-se como um aglomerado de pessoas ignorantes, atrasadas, imersas numa cultura provinciana e machista.
Citamos a seguir, na íntegra, o texto de uma Declaração conjunta firmada em dezembro de 1988, por 4 Obediências Belgas – Grande Loja Feminina da Bélgica, Grande Loja da Bélgica (masculina), Federação Belga do Direito Humano (mista) e Grande Oriente da Bélgica (masculina). Certamente, a maçonaria brasileira tem muito a aprender com ela:
"Co-herdeiras de vários séculos de história maçônica, durante os quais tantos maçons ilustraram a história de nossas regiões, as Obediências signatárias declaram participar da mesma ordem iniciática, tradicional e universal, que, baseada na Fraternidade, constitui, sob o nome de Franco-Maçonaria, uma comunidade de pessoas probas e livres; embora conservando cada uma sua soberania e sua autonomia de decisão, as Obediências constatam que, para além da sua diversidade e da variedade de suas Lojas, elas têm em comum:
Fraternalmente,
Vera Facciollo – 33º - Grã Mestra Geral
Antonio Facciollo Neto - 33º - Grão Mestre Adjunto da GLADA - Grande Loja Arquitetos de Aquário - Brasil
Para que não mais se repitam os maldosos sofismas e falsas afirmações sobre a Regularidade da GLADA, relacionamos a seguir os Tratados e reconhecimentos com Potências masculinas, femininas ou mistas em todo o mundo, com as quais a GLADA mantém relações fraternais, incluindo direito de visitação.
Lembramos que tais relações fraternais envolvem em muitos casos Tratados Bilaterais firmados nos últimos 20 anos, ou o reconhecimento implícito por participação nos òrgãos de Reconhecimento Internacional, como União Maçônica Internacional CATENA ( www.catena.org -- fundada em 1961), CIMAS – Confederação Interamericana de Maçonaria Simbólica (fundada em 2002 , www.cimas.info) e CLIPSAS – Centro de Ligação e Informação das Potências Signatárias do Apelo de Strasburgo ( www.clipsas.com -- fundado em 1961), sendo esta última a maior entidade internacional de maçonaria liberal, e uma das artífices da atual União Européia.
Alguns dos tratados de amizade e reconhecimento mútuo da GLADA